domingo, 29 de janeiro de 2012

Dando fim a um pesadelo no Word

Estou escrevendo um livro sobre apresentações, e inventei de dar SHIFT+_ (underline) repetidamente para dividir uma sessão de outra. Se você passa da metade da página, surge uma linha horizontal dividindo o texto, como na figura abaixo.
CTRL+C, CTRL+V pra cá, DELETE pra lá, e essa linha foi se multiplicando, como Gremlins quando encontram água.
Depois disso, minha vida mudou. Não tive mais sossego. Perdi sono, arrumei inimizades, não fui mais o mesmo.
NÃO TEVE CRISTÃO QUE ARRANCASSE ESSA LINHA DE LÁ!
Depois de muito perguntar, resolvi recorrer ao bom e velho pai dos burros, o Google, e lá estava um post em um fórum de informática que ensinava como dar cabo da bendita linha.
Selecione os parágrafos do entorno, ou se tiver várias linhas dessas, o texto todo (CTRL+T em português ou CTRL+A em inglês). Depois, no menu INICIAR, com o texto selecionado, clique naquele quadradinho pontilhado, dividido em quatro partes, na opção de preenchimentos de borda.
Escolha a opção SEM BORDAS. E acabe com esse pesadelo. É inacreditável: A LINHA REALMENTE SOME DA SUA VIDA!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Risoto de Camarão, Jambu e Tucupi

Uma homenagem aos paraenses, que sempre tem tucupi e camarão congelado no freezer...rs.


Fica muito, muito bom. As visitas lamberam o prato!


INGREDIENTES
* 1/2kg de camarão rosa
* folhas de jambu o quanto baste (o Jambu é uma folha encontrada predominantemente na região norte. No RJ e em SP se encontra também em mercados especializados).
* 1 litro de Tucupi - ele é um tempero e molho amarelo, extraído da raiz da mandioca brava, que é descascada, ralada e espremida. Depois desse processo, o molho descansa para que haja a sua decantação e separação da chamada goma (esta usada no famoso tacacá paraense). O tucupi, no início, é venenoso por causa da presença de ácido cianídrico, devendo então ser cozido por horas para eliminar o veneno. Fiquem tranquilos que ninguém morre, não se comercializa tucupi sem ser fervido rs
* 500g de arroz para risoto. Depois de preparar inúmeros risotos à base de Carnarolli ou Arbóreo, descobri uma indicação da revista Menu do arroz eleito como o melhor para se fazer risoto: o Vialone Nano. Seus grãos tem mais amido que os outros, e isso faz com que ele se quebre menos, além de deixar no final o risoto mais pastoso, como tradicionalmente se serve na Itália.
* Sal marinho com condimentos, de preferência ralado na hora do preparo. Acha-se facilmente em supermercados.
* Azeite de oliva extra-virgem com alguma especiaria (limão ou manjericão são os melhores)
* Um pouquinho de manteiga para aquecer junto com o azeite.
* Um limão.
* Uma taça de vinho branco seco.
* Uma cebola inteira picada.


PREPARO
O camarão deverá ser previamente limpo, inclusive por dentro (sem aquela "tripinha"), e sua casca retirada. Tempere-o com o sal marinho e limão, e espere uma meia hora.
O camarão será frito.

DICA: Aqueça o azeite com a manteiga. Isso evita que o azeite queime, manche sua panela, e estrague sua comida.
Quando o azeite/manteiga estiver bem aquecido, coloque com cuidado os camarões, e frite-os até ficarem rosados, virando-os na metade do tempo. Esse tempo, ainda mais com o óleo quente, deve ser curto, senão seu camarão vai virar uma borracha. Prove um, sei que você vai estar com uma cervejinha do lado. Veja se ficou no ponto e, dependendo, salgue mais, pois o sal marinho é suave. Reserve.



À parte, lave e ferva o jambu em água, por uns 10 minutos, até ele ficar tenro. Aqueça o tucupi - ele será o fundo do seu risoto. Sim, dispense caldo de carne, de legumes, simplesmente use o tucupi. Adicione um pouco de sal marinho moído na hora sobre o tucupi e prove. Muito cuidado para não salgar, se precisar acerte tudo quando o risoto estiver pronto.


Aqueça manteiga na panela, jogue a cebola e refogue. Em seguida, adicione o arroz. A partir daqui, tudo o mais já vai ter que estar engatilhado, pois sua vida será o risoto por meia hora. Refogue-o na cebola/azeite, até que comece a ficar transparente (aspecto vítreo, mas não inteiramente transparente). Nesse momento, adicione o vinho e reduza.


DICA: toda receita que leva vinho, conhaque, uísque, rum, enfim, e que você não vá flambar, o chamado "reduzir" é o momento em que você cheira e não sente álcool entrando pelas suas narinas. Esse volume dá aproximadamente 1/3 do inicial.


NUNCA pare de mexer o risoto. Comece a adicionar o tucupi. Aí comece a osmose entre ele o amido. Amido sai do grão, entra o tucupi, e o arroz vai ganhando gosto. À medida que vai começando a secar, adicione conchas de tucupi. Na embalagem do arroz é dito o tempo de preparo - algo entre 20 e 30 minutos. Como saber? Eu provo. Ele tem que ficar al dente. É muito difícil errar, tem que deixar passar muito tempo para que ele estrague.


Nas última "mexidas" de arroz, adicione o jambu e o camarão. Acerte o sal.












quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Aumente sua Concentração



Na próxima vez que você sentar à mesa em uma reunião, repare ao seu redor. Seus colegas estarão checando o notebook, digitando nele ou enviando SMSs e e-mails pelo celular, tudo isso enquanto alguém fala. Muitos de nós temos orgulho de nossa proeza em sermos multitask, e vestimos isso com um crachá de honra.
Ser multitask  pode nos ajudar a marcar mais itens-a-se-fazer em nossas listas de atividades. Mas isso também nos leva, por exemplo, a ignorar informações e pistas, e nos deixa menos inclinados a reter a coisas do nosso trabalho, o que prejudica a solução de problemas e o uso de nossa criatividade.
Na década passadaavanços em neuroimagem revelaram muito sobre como o cérebro trabalha. Estudos em cima de adultos com Distúrbio de Atenção (ou ADHD, da sigla em inglês Attention Deficity Hyperactivity Disorder) mostram como o cérebro foca em alguma atividade, o que impede o foco, e o quão fácil é para o cérebro distrair-se. Esses estudos vieram em uma época em que o deficit de atenção espalhou-se muito além das pessoas com ADHD, incluindo aquelas que estão o tempo inteiro ligadas no trabalho. A boa notícia é que o cérebro, pelo que foi levantado, é capaz de ignorar distrações, permitindo com que sejamos mais focados, criativos e produtivos.
Seguem, então, três passos para começar a melhorar sua concentração.



CONTROLE SEU FRENESI
Apesar de essa palavra, em português, ser usada geralmente no sentido pejorativo, seu significado real é simplesmente estar fora de controle, do "pouco ao muito". Isso pode se refletir em um mero chacoalhar de pernas até um ataque histérico. As emoções são processadas em nossa amígdala, que é uma pequena glândula em forma de amêndoa em nosso cérebro. Ela responde de maneira muito intensa a emoções negativas, que são consideradas sinais de ameaça. O mapeamento do cérebro por imagens mostra que a ativação da amígdala por emoções negativas prejudica a habilidade de nosso cérebro em resolver problemas, ou realizar outras atividades cognitivas. Emoções positivas fazem justamente o contrário. Elas potencializam as funções de execução no cérebro, e podem ajudar a abrir as portas do pensamento criativo e estratégico. Podem, inclusive, ajudar na inserção social.


O que EU posso fazer? 
Procure aumentar o equilíbrio entre emoções positivas e negativas ao longo de seu dia. Barbara Fredrickson, uma famosa pesquisadora em Psicologia da Universidade da Carolina do Norte, Chapel Hill, recomenda uma taxa de 3:1 de balanço entre emoções positivas e negativas, respectivamente. Esse número é baseado em um modelamento matemático aplicado em dinâmicas de equipes consideradas "ideais", feito por Marcial Losada, colaborador de Barbara. Este modelo também foi aplicado em uma pesquisa sobre casamentos de sucesso.
Calcule sua "taxa de positividade" no site www.positivityratio.com (site em inglês). Você pode domar emoções negativas através de exercícios físicos, meditação, e dormindo bem. Fazer alguma dessas coisas também lhe ajuda a perceber seus padrões emocionais negativos. Talvez um colega de trabalho frequentemente lhe incomoda com alguma mania ou equívocos crônicos, o que lhe leva a uma espiral descendente de aborrecimento. Perceba que suas respostas a esses estímulos são muitas vezes exageradas, respire e largue a irritação de lado. A respiração é uma ferramenta poderosa que ainda muitos de nós ignoramos.

O que seu TIME pode fazer?
Inicie suas reuniões com assuntos positivos e humor. As emoções positivas que isso causa aumenta a atividade cerebral de todos, fazendo com que trabalhem em prol de soluções, juntos.


FAÇA PAUSAS

Seu cérebro escaneia continuamente os ambientes interno (você) e externo (fora de você), mesmo quando sua atividade é o único objeto de sua concentração. Distrações estão sempre à espreita: pensamentos "desobedientes", emoções, sons, interrupções. Felizmente, nosso cérebro é projetado para parar instantaneamente um pensamento aleatório, uma ação desnecessária, e até uma emoção instintiva que lhe faça sair dos trilhos.


O que EU posso fazer?
Para prevenir distrações que sequestrem sua concentração, use o método ABC como freio. Esse método significa tornar-se CONSCIENTE (Aware) de suas opções: você pode parar o que faz para optar pela distração ou simplesmente escolher que ela se vá; RESPIRE (Breathe) profundamente e considere suas opções. Por fim, ESCOLHA (Choose): Paro ou continuo?

O que seu TIME pode fazer?
Procure arrumar na agenda de todos encontros descontraídos de uma hora. Todos devem ser estimulados a contribuir com pensamentos criativos, e distrações como notebooks, tablets, celulares e outros dispositivos devem ser terminantemente proibidos durante essas reuniões.

DESLOQUE SEUS SETS
Ao mesmo tempo que é muito bom poder estar focado em uma atividade, às vezes você precisa mudar sua atenção para outro problema. O que se costuma chamar set-shifting é nada mais que mudar seu foco totalmente para uma nova tarefa, e não deixar para trás absolutamente nada da última que você fazia. Às vezes é útil fazê-lo, para proporcionar ao cérebro uma pausa e permiti-lo assumir uma nova tarefa.


O que EU posso fazer?
Antes de voltar sua atenção a uma nova tarefa, mude seu foco da sua mente ao seu corpo. Vá caminhar, suba escadas, respire profundamente ou alongue-se. Mesmo que você não esteja ciente disso, seu cérebro nesse momento continua trabalhando nas tarefas anteriores. Às vezes novas ideias emergem durante essas pausas físicas.

O que seu TIME pode fazer?
Agende uma pausa de cinco minutos para cada hora de reunião, e incentive todos a fazer alguma atividade física em vez de correr para checar o e-mail em suas mesas. Restaurando a função executora do cérebro, essas pausas podem fazer com que todos tenham melhores ideias na retomada da reunião.

Organizar sua mente e as dos que compõem sua equipe trará resultados sólidos. Aplicar uma "concentração de alta qualidade" é um ótimo começo. Procure, por exemplo, fazer uma reunião que não seja multitarefa e veja o que acontece quando todos direcionam suas atenções ao assunto. Que tal?


Adaptado de Organize Your Life, Organize your Mind, de Paul Hammerness e Margaret Moore. Hammerness é professor assistente de psiquiatria na Harvard Medical School. Moore é fundadora e CEO da Wellcoaches Corporation e co-diretora do Institute of Coaching no Hospital McLean.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Apresente com "efeitos especiais" e faça a diferença

Vou dar um exemplo de uma animação simples e que pode fazer a diferença durante sua palestra. À medida que você vai assistindo a outras apresentações ou animações na própria TV, as ideias vão surgindo. Minha sugestão é que você sempre procure estar aberto a animações de todos os tipos, em todos os lugares, e tente transportar o que achar interessante ao Power Point. Hoje, com o Office 2010, é possível fazer coisas que dispensam outros softwares até então essenciais.

Faça imagens dinâmicas enquanto fala. Exemplo: a imagem crescer enquanto rotaciona.

Isso dá um efeito muito legal enquanto você expõe, deixa a "cena" dinâmica e chama a atenção sem roubá-la. Segue o passo-a-passo:

1. Insira um retângulo que pegue uma parte do slide. No exemplo abaixo, eu o preenchi com um degradê cinza/branco, à esquerda.


2. Insira agora a imagem, tomando o cuidado de deixar uma borda dela sendo “comida” por uma borda do retângulo e também fazendo com que a imagem ultrapasse as fronteiras do slide. A imagem deve estar na camada atrás do retângulo (clique nela com o botão direito e use o comando Enviar para Trás).



3. Agora você vai adicionar dois efeitos à imagem. Primeiro, clique nela e, em seguida, no menu  Animações, selecione, lá embaixo, Mais Efeitos de Ênfase (estrela amarela).



4. Agora selecione em Básico a opção Aumentar/Diminuir, e clique em OK.



5. Entre, no menu Animações, em Painel de Animação. Aparecerá uma lista com as animações montadas até então, à direita. A animação Aumentar/Diminuir estará lá. Clique nela com o botão direito e selecione Opções do Efeito.



6. Aparecerá uma nova janela. Em Tamanho, selecione o campo Personalizar e digite quanto você vai querer que a imagem cresça. Nesse exemplo, escolhi 120% do seu tamanho original.



7. Clique, novamente, na animação da barra à direita, com o botão direito, e selecione Iniciar Após o Anterior. 




8. Clique de novo na imagem e selecione Adicionar Animação. Selecione Rotação.



9. Selecione, lá em cima, à direita, em Iniciar, a opção Com o Anterior.



10. Repare que surgiu uma nova animação, na figura acima, dentro da caixa azul, que é justamente a de Rotação. Clique com o botão direito nela, e selecione novamente a opção Opções de Efeito. Uma nova janela vai abrir.



11. Agora você vai editar a rotação. Por bom senso, não convém fazer John Kennedy dar uma pirueta. A rotação deve ser suave, pois o efeito em si é suave. Nesse caso, escolhi uma rotação de 10o no sentido horário.
12. Você deve dosar o tempo de ambas, para que o efeito fique lento e não roube muito a cena. Faça com que ambas tenham, de preferência, a mesma duração. Esse timming dependerá do tempo de sua fala. Treine! No nosso exemplo, foram 6 segundos.


Listo! Veja o resultado abaixo. Quando mostrei esse slide, e enquanto falava, todos ficaram prestando atenção, curiosos. 
Menos Luiza, claro, que está no Canadá.


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O trabalho de Mintzberg

Ganhei de um amigo um material muito bacana do Henry Mintzberg. Ele estuda há décadas o dia-a-dia de gerentes, e faz cair por terra toda a beleza da teoria de liderança, mostrando o quanto um gerente sofre por não conseguir planejar, já que ele vira um apagador de incêndios diários, além de se frustrar quando sai das aulas de MBA que pregam a importância do planejamento gerencial.


Profissão: Gerente.

Ele cita, por exemplo, que 60 a 90% da comunicação gerencial é verbal. E que os gerentes preferem muito mais as "fofocas" do que números concretos. Exemplo: entre "vamos considerar 12% de risco sobre a queda do faturamento" e "vi seu cliente tomando cerveja com um concorrente seu", a segunda vai guiar suas próximas ações.
Um dos casos foi o de uma enfermeira-chefe de um hospital que executou 19 atividades em 3 minutos.
Segundo Mintzberg, não existe a chamada "interrupção das tarefas para atender o telefone, ou alguém pessoalmente, ou o skype, ou um e-mail urgente". Isso porque atender o telefone ou alguém pessoalmente, ou o skype, ou um e-mail urgente SÃO as tarefas de um gerente.


Publico mais em breve.

Curso sobre liderança e formação de gestores

Curso novo! Preparei um material com várias referências, como o trabalho de Stephen Covey (dos "Sete Hábitos"), Itay Talgham (o maestro israelense), Simon Sinek (o homem do "Start With Why"), Diana Laufenberg e outros. Dá 8 horas de aula.
Ficou muito legal. Quem tiver interesse, estou por aqui.


Leadership

Medo de Falar em Público e a Psicologia Evolutiva - Parte 3

A visualização guiada segue uma sequência:


1- Relaxamento e concentração. Nas primeiras vezes, pode ser que você durma. Isso é normal e vai acontecer justamente porque você está tenso. Essa etapa consiste em alcançar o seu inconsciente, e há várias maneiras de se fazê-lo: imaginar que você está mergulhando e contar até 100, imaginar que você está voando, não pensar em nada, ser hipnotizado, enfim.

E por que alcançar seu inconsciente?
Simples. Ele não sabe diferenciar o que de fato aconteceu e o que é apenas fruto de nossa imaginação. Tanto que você nunca foi vaiado por uma plateia, mas o medo permanece lá. Você nunca esteve em um avião que caiu, mas o medo está lá. Você se imagina com alguém que você gosta, mesmo não tendo essa pessoa, e infunde lembranças na sua memória de coisas que nunca aconteceram...Ou ainda, quem nunca ouviu falar do mentiroso que contou tanto uma mentira que acabou acreditando nela? Assim, implantar uma personalidade adulta mais forte que a infantil é factível, e a Psicologia Evolutiva é um caminho.


Lembrando que a psicanálise (Freud) se usa de mecanismos para fortalecer a pessoa antes de ela atingir seu inconsciente. Fortalecida, ela chega até as barreiras que guardam seus traumas, abre elas e encara os traumas com mais naturalidade. Mas isso pode durar muitos anos (e ajudar na poupança do seu terapeuta). A ideia da psicologia de Giulio Cesare Giacobbe é encarar de imediato os traumas, e suplantá-los com uma nova personalidade positiva.

IMPORTANTE
A personalidade infantil, quando ver que estão tentando abrir as portas do seu inconsciente, vai gritar, berrar, chorar...Afinal, estão arrancando a mamadeira de você-criança. Coisas do tipo "Isso não vai funcionar", ou "Esqueci de comprar o requeijão no supermercado". Por isso a respiração é tão importante. Ela afasta os pensamentos negativos. Mas ela deve ser feita corretamente. Esse é o segundo passo.


2 - Respire corretamente durante o processo. A respiração tem um poder incrível. Seja para relaxar, seja para atingir seu subconsciente. Quer um exemplo?


http://www.brooksidecenter.com/gifplay.htm

As crianças respiram certo. À medida que crescemos, desaprendemos a respirar, usamos mais os músculos intercostais que a barriga. Querem um exemplo legal de respiração? Olhem o Heitorzinho com 3 meses, dormindo.




O pulmão se divide em 3 partes: abdominal (embaixo), torácica (meio) e apical (topo). A inspiração deve ser sempre do primeiro para o último, e a expiração, ao contrário.


Corpo, mente e respiração estão intimamente ligados nesse processo. A chamada "respiração ióguica", ou seja, com a garganta participando, fazendo barulho, faz interromper os pensamentos involuntários que atrapalham o processo. Basta fazer o ar participar, como se você estivesse quase roncando (como chamam por aí, "ressonando"). Tenha em mente que fazer uma tensão muscular se esvair, só com sua cabeça, é quase impossível para pessoas normais como eu e você. Interromper pensamentos involuntários também. Mas dominar sua respiração sim. E como os três estão interligados, bingo! Você resolve a tensão e as distrações só respirando corretamente.


3- Os cenários. Imagine três cenários. 
3.1. Um é o da mãe. A mãe das mães, uma mãe enorme, irradiando seu amor para o mundo e perdoando tudo. Esse foi seu primeiro vínculo quando era criança, e ela pode estar no cume de uma montanha, por exemplo. A mãe é um símbolo, um arquétipo. E ela coincide com a imagem criada na psicologia analítica de Jung. Ela é a Grande Mãe, que nada mais é que a personalidade parental que está dentro de nós.


3.2. O outro, o da criança. Imagine um parque de diversões, e várias crianças felizes, brincando. Lá num cantinho, está uma criança chorando, sozinha, que foi excluída das brincadeiras e deseja sua mãe. É você-criança.


3.3. O adulto. Agora você está em um deserto e busca pela sua personalidade adulta, até então ofuscada pela criança que chorava forte (e fazia seus traumas e medos se manifestarem).


4- Agora você irá interagir com os cenários. Ter uma música por perto tocando é algo interessante, em vez de silêncio absoluto. Nessa hora você já estará imerso em seu inconsciente sem ter percebido.


A primeira coisa a se fazer é buscar essa Grande Mãe. Pegue-a pela mão e desça com ela da montanha. Conte a ela seus anseios e o que você sente quando está na frente de uma plateia, ou quando está viajando de avião, ou tendo que negociar com um cliente importante.


Siga até o playground, e dirija-a até a criança. Faça com que se abracem, diga que está tudo bem, que ela vai ter sempre sua mãe do lado para atendê-la. Ela não está sozinha. E digo mais, quando você precisar das duas, elas estarão lá. Os livros do Giacobbe sempre tem um tom muito ácido e bem humorado...Nessa parte, ele diz assim:


"A Grande Mãe em pessoa encontrará a criança chorando
e a acolherá no seu seio.
E lhe falará docemente.
“Minha criança pequenina, doravante você não deverá
mais ter medo. Eu não a abandonarei nunca mais. Você
ficará sempre aqui nos meus braços e eu cuidarei de 
você. O meu amor por você durará para sempre.”
Eis aí o que deve ouvir a criança que está dentro de
você.
O que ninguém nunca lhe disse.
Que a peste atinja alguém que jamais lhe disse isso.
E é isso que ela quer fazer.
Ficar para sempre nos braços da Grande Mãe.
Ser consolada para sempre de todas as frustrações.
Ficar protegida para sempre dos perigos do mundo e
da vida."



E você não vai eliminar sua personalidade infantil. Apenas deixará ela guardada ali, pra que manifeste quando isso for preciso. Fazer isso é atacar sua memória com uma auto-sugestão absurdamente potente. Não importa se a "sua criança" tem um genitor de verdade ou fictício ao seu lado, o importante é esse genitor estar ao seu lado 24h por dia. É o que toda criança quer.


Agora entremos na Visualização Guiada propriamente dita. Deixe os dois ali no parquinho, em um abraço eterno, e vá ao deserto procurar seu super-apresentador/negociador/pessoa-sem-medo-de-baratas, etc. A imagem que você montou, e que cito no fim do segundo post, será aquela que suplantará  as de sua neurose infantil (neurose é um termo meio forte, sei disso. Mas é exatamente o que todos temos; uns muito, outros pouco).


Ao encontrar essa super figura, ambos devem estender seus braços e se fundir. Pode parecer loucura para quem lê isso a primeira vez (como foi pra mim), mas tem de ser assim. Isso tem um fundamento, e se chama "Desarraigamento Visível", criado por Bandler e Grinder, dentro dos conceitos de PNL (Programação Neurolinguística), para o tratamento de personalidades múltiplas, com milhares de casos de sucesso.


Antes que você se questione "Nossa, mas não tenho toda essa criatividade! Como vou imaginar esse povo todo???", tenha em mente que o mais importante é conceitualizar essas figuras. Isso sim é fácil. Trata-se de simplesmente pensar.



Depois de um número de repetições da visualização guiada, o que dependerá da força e da resistência da sua personalidade infantil, o seu inconsciente terminará assumindo a personalidade adulta como a sua identidade principal. Durante a visualização guiada serão esclarecidos quais são os poderes que você desenvolverá para realizar a sua personalidade adulta.


Segundo Giacobbe, os aspectos positivos do adulto são a autoestima, o controle do território, a liberdade, a independência, a socialização, a procura da fruição do prazer (esta última tem tudo a ver com a falta de domínio que o neurótico infantil tem do ambiente, e por isso ele vive em estado de ansiedade). Tudo isso se sintetiza em três “poderes”: 


a autoestima,
a independência e
a alegria de viver.

E aí entra o mantra da transformação. Durante a "fusão" com essa nova personalidade, repita:

Eu tenho os três poderes de adulto:
a confiança absoluta em mim mesmo,
a independência total dos outros,
a alegria de viver.

O processo de visualização guiada deve ser, de preferência, acompanhado por um profissional. Mas como há poucos no Brasil que seguem essa linha, é interessante que se faça constantemente a auto-sugestão. E aí trata-se simplesmente de você, várias vezes ao dia, entrar num lugar calmo, fechar os olhos, executar a sequência de respiração abdominal -> torácica -> apical -> torácica -> abdominal repetidas vezes e repetir esse mantra.



Eu tenho os três poderes de adulto:
a confiança absoluta em mim mesmo,
a independência total dos outros,
a alegria de viver.

Isso é a auto-sugestão positiva. É isso que se usa em hipnoses, na psicologia evolutiva e em tantos outros tipos de terapia. Concentre-se na respiração e no significado desse mantra. É uma ferramenta realmente poderosa.


Basta persistir e os resultados virão mais cedo do que você imagina.





FONTE: Giacobbe, Giulio Cesare. O medo é uma masturbação mental: como se livrar dele para sempre/Giulio Cesare Giacobbe; tradução Carlos Araujo. – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011